O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que seria “ilógico” sugerir que ele pediria asilo político durante o período em que ficou hospedado na Embaixada da Hungria em Brasília. A manifestação foi enviada ao Supremo após o ministro solicitar explicações sobre a estadia.

De acordo com o jornal The New York Times, Bolsonaro permaneceu na embaixada entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano. Essa estadia ocorreu logo após ter seu passaporte apreendido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no contexto de um inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Segundo as regras internacionais, a área da embaixada é considerada inviolável pelas autoridades brasileiras, o que poderia garantir imunidade a Bolsonaro em relação a um eventual mandado de prisão. No entanto, a defesa do ex-presidente afirmou que ele não tinha intenção de pedir asilo político na embaixada, pois não estava preocupado com uma possível prisão.

Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e ambos já se encontraram em diversas ocasiões. O jornal americano analisou imagens de câmeras de segurança e de satélite da embaixada, confirmando a presença de Bolsonaro no local durante o feriado de Carnaval.

As imagens mostram que a embaixada estava quase vazia, com exceção de alguns diplomatas húngaros que residem no local. Os funcionários brasileiros foram orientados a permanecer em casa durante a estadia de Bolsonaro. Em resposta às especulações, a defesa do ex-presidente afirmou que não houve nenhum interesse em solicitar asilo diplomático.

Portanto, a estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria foi explicada como uma visita de cortesia, sem intenção de buscar asilo político ou fugir de possíveis consequências legais.