O modo como escolhemos como nossa família deve lidar com nossos restos mortais revela muito sobre nossa visão da morte e nossa esperança de continuar vivendo através da memória. É por isso que existem cemitérios, sejam bem cuidados ou abandonados.

Os cemitérios são fontes históricas que nos contam sobre as relações sociais, a organização familiar, as práticas religiosas e artísticas do passado. Eles são verdadeiros resumos simbólicos das sociedades em que estão inseridos.

A pesquisadora Clarissa Grassi, diretora do Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura de Curitiba, realiza estudos cemiteriais para entender a importância dos locais de sepultamento na compreensão dos aspectos culturais do passado.

Ela oferece visitas guiadas ao Cemitério São Francisco de Paula, em Curitiba, para educar sobre o patrimônio cultural, arquitetônico e histórico presente nos túmulos e na paisagem cemiterial. Além disso, desenvolve regras para preservar o cemitério e seu valor histórico e artístico.

O Cemitério Municipal de Curitiba, o mais antigo da cidade, é um exemplo valioso da arquitetura funerária do século 20. Por meio de um inventário detalhado, a pesquisadora identifica túmulos de importância histórica, arquitetônica e artística, que devem ser preservados e protegidos.

A proposta de regramento e preservação do cemitério visa equilibrar seu uso com sua conservação, permitindo que as famílias continuem utilizando o espaço de forma adequada. Medidas cuidadosas podem garantir a conservação do patrimônio cultural sem limitar o uso do cemitério.

Em suma, os cemitérios são locais cheios de vida, onde a memória do passado é mantida e preservada. Através de ações como as de Clarissa Grassi, podemos garantir que esses espaços sejam valorizados e respeitados como parte importante de nossa história e identidade.

Fonte: Conjur