
Seriam os juízes automatizados ou os autômatos juízes?
No mundo da tecnologia e da inteligência artificial, surge uma questão importante: como essas inovações afetam o Poder Judiciário? Com modelos de linguagem capazes de gerar textos idênticos aos produzidos por humanos, surge a dúvida se os robôs poderão um dia substituir os juízes.
Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça revelou que 66% dos tribunais brasileiros já estão desenvolvendo projetos com inteligência artificial, representando um aumento significativo em relação ao ano anterior. Com um volume intenso de trabalho, os juízes proferem cerca de dez sentenças por dia, lidando com diversas tarefas burocráticas e administrativas.
Diante desse cenário, a introdução de robôs especializados no sistema judicial, conhecidos como agentes autônomos, poderia aliviar a carga de trabalho dos juízes e permitir que eles foquem em suas funções principais. No entanto, é fundamental compreender as limitações e capacidades desses robôs, garantindo transparência e supervisão para validar suas decisões.
Apesar da capacidade da inteligência artificial reproduzir preconceitos sociais, ela também pode eliminar erros causados por fatores humanos inesperados. A questão não está necessariamente em substituir juízes por robôs, mas sim em assegurar que os juízes humanos não se tornem “robotizados” devido às demandas do sistema atual. A implementação responsável da inteligência artificial pode contribuir para uma justiça mais eficiente e precisa.
Refletir sobre o papel da IA no judiciário é essencial, considerando os desafios e oportunidades que ela traz. A chave está em utilizar a tecnologia como uma ferramenta para aprimorar, e não para substituir, o julgamento humano. Com uma abordagem cuidadosa e com a supervisão adequada, a inteligência artificial pode ser uma aliada na busca por uma justiça mais eficaz.
Fonte: Conjur