A ciência climática global não previa a rápida aceleração das mudanças climáticas que temos testemunhado ultimamente. No início de 2023, os cientistas previram um El Niño extremamente intenso, elevando as temperaturas em 1,3°C acima dos níveis pré-industriais. No entanto, as temperaturas globais aumentaram surpreendentemente 1,5°C.

Desde junho de 2023, exceto por julho de 2024, vivemos com temperaturas acima de 1,5°C. Agosto passado foi o mês mais quente já registrado, algo não visto desde o último período interglacial há 120 mil anos.

Esses 14 meses de altas temperaturas provocaram um aumento significativo nos eventos climáticos extremos. Essa escalada não foi linear, mas exponencial, conforme previsto pela ciência. O Brasil e o mundo têm enfrentado ondas de calor, secas, chuvas intensas e incêndios florestais.

O Acordo de Paris e as conferências COP estabeleceram metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa entre 28% e 42% até 2030, porém as emissões continuam a aumentar. Essas medidas visavam impedir que as temperaturas ultrapassem 1,5°C até 2050. Contudo, se as temperaturas continuarem elevadas no próximo ano, serão três anos acima da meta do Acordo de Paris, podendo ser tarde demais.

Com um aumento de 2,5°C, uma mudança climática sem precedentes será desencadeada, levando a um aumento exponencial nos eventos extremos. Além disso, os pontos de não retorno serão atingidos, como a extinção de todos os recifes de coral do mundo e a perda de vastas áreas da Amazônia e do permafrost siberiano, canadense e alaskano, liberando grandes quantidades de gases de efeito estufa.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil corre o risco de perder completamente o Pantanal até o final do século se não houver uma reversão no cenário de aquecimento global. Isso ocorreria devido à devastação da Amazônia, reduzindo as chuvas na região do Pantanal e transformando o bioma em uma caatinga.

É crucial agir agora para evitar as consequências devastadoras do aquecimento global e proteger o meio ambiente para as futuras gerações.

Fonte: Conjur