
As gravações feitas por Youssef estavam ocultas na 13ª Vara e uma fração delas foram deletadas.
Os métodos da ‘Lava Jato’ foram revelados após a descoberta de um HD com gravações ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do caso. Cerca de um terço do conteúdo foi excluído e a defesa só teve acesso ao material recentemente.
O juiz substituto da 13ª Vara Federal em Curitiba deu à defesa de Youssef acesso às escutas clandestinas, que já eram conhecidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal desde 2017. No entanto, o HD com as gravações estava escondido na própria vara, sem o conhecimento dos juízes que passaram pelo caso.
A exclusão de parte dos áudios foi confirmada por uma perícia da PF, levando a defesa a recorrer ao Conselho Nacional de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. Os advogados alegam que a manipulação das gravações pode ter prejudicado o processo.
Em meio a preocupações sobre a legalidade das investigações da ‘lava jato’, conversas entre procuradores mostram que já em 2015 havia apreensão com a possibilidade de atos serem anulados. Apesar disso, o MPF de Curitiba arquivou uma sindicância sobre o grampo na cela de Youssef em 2018, alegando a possibilidade de os áudios terem sido feitos por celulares dentro da cela.
O caso levantou questionamentos sobre a ética e transparência da operação, com a possibilidade de anulação de ações da ‘lava jato’ sendo discutida. A defesa de Youssef busca esclarecimentos sobre a exclusão do material e a conduta dos envolvidos no caso.
Fonte: Conjur