
Deltan solicitou que uma organização não-governamental parceira financiasse a hospedagem de promotores venezuelanos.
O ex-procurador da República e deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo) solicitou que a organização não governamental Transparência Internacional arcasse com os custos de alimentação e hospedagem de promotores venezuelanos no Brasil, em 2007. A revelação foi feita através de arquivos apreendidos pela operação Spoofing, que também deu origem ao escândalo da “vaza jato”.
Dallagnol pediu sigilo a Bruno Brandão, diretor da TI, sobre a possibilidade da ONG financiar a vinda dos promotores venezuelanos ao Brasil para trabalhar nas investigações de corrupção no país. A iniciativa visava obter informações sigilosas sobre atos de corrupção envolvendo empresas brasileiras no país vizinho.
A relação entre membros da “lava jato” e a Transparência Internacional era evidente, com Brandão solicitando autorização para afirmar que a ONG atuava para abrir processos extraterritoriais contra autoridades venezuelanas.
Apesar da tentativa de patrocinar a viagem dos promotores venezuelanos ao Brasil, o plano não foi concretizado. Brandão, em uma mensagem posterior, pediu para adiar os planos de cooperação com os venezuelanos.
Além disso, diálogos revelados mostram conversas entre Deltan e o ex-juiz Sergio Moro sobre o vazamento do conteúdo da delação da Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Ambos defendiam a divulgação das informações, mas enfrentavam incertezas sobre a viabilidade do plano.
Dallagnol se defendeu, afirmando que as mensagens enviadas tratavam de alternativas legais para lidar com a questão das propinas na Venezuela e não tinham a intenção de serem vazadas para a imprensa.
Esses acontecimentos revelam a complexidade e possíveis colaborações duvidosas entre membros da operação “lava jato” e instituições internacionais, lançando luz sobre os bastidores de ações anticorrupção no Brasil.
Fonte: Conjur