O governador do Acre, Gladson de Lima Cameli (PP), se tornou réu por crimes diversos, incluindo organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. A denúncia foi recebida pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça de forma unânime, com a relatora ministra Nancy Andrighi e o revisor ministro João Otávio de Noronha.

Apesar de figurar como réu, Gladson foi mantido no cargo de governador, pois o colegiado rejeitou o pedido de afastamento das funções feito pela Procuradoria-Geral da República. A ministra Nancy considerou a medida desnecessária, já que os fatos investigados não são recentes. No entanto, foi determinado o bloqueio cautelar de bens no valor de R$ 12 milhões para garantir a reparação ao erário em caso de condenação.

A denúncia envolve irregularidades na contratação da empresa Murano Construções LTDA., que teria recebido R$ 18 milhões dos cofres públicos para obras de engenharia. Além do governador, sua esposa, irmãos, servidores públicos, empresários e pessoas envolvidas no esquema terão seus casos analisados por um juiz de primeiro grau.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, Gladson seria o chefe da organização criminosa, que atuava em diferentes núcleos: político, familiar, empresarial e operacional. O objetivo era desviar recursos públicos por meio de diversos crimes, como peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal apurou que as empresas investigadas receberam mais de R$ 270 milhões desde o início do mandato do governador em 2019.

O processo foi desmembrado pela Corte Especial, mantendo sob sua competência apenas o governador, que possui foro privilegiado. A investigação continua para apurar a responsabilidade dos demais envolvidos no esquema criminoso.

Fonte: Conjur